Matéria para a Revista SketchUp Brasil – 02 – Clique aqui para ver a revista completa!
Algumas pessoas me perguntam como me organizo e como modelo meus projetos, então vou começar falando um pouco sobre como é meu processo de trabalho de forma geral.
Reportagem: Fernando Padão
Redação: Fernando Padão
Revisão e edição: Daniel Riglione Reple e Marlonn Ferreira Zanela
Projeto
Vamos pensar que a contratação de um projeto passa por várias situações que envolvem cliente e “projetista” (vou usar este termo, pois o SketchUp é utilizado em diversas profissões). Entendo que todo profissional não deve fazer nada antes de assinar um contrato de trabalho. Neste contrato devem conter cláusulas das tarefas, formas de remuneração, prazos de entrega, direitos e deveres do cliente e do profissional. Assim que acordado, assinado e paga a primeira parcela, iniciam-se os trabalhos.
Uma vez que tenho o briefing do cliente, faço o levantamento de dados do local que vou intervir, neste aspecto sou muito meticuloso pois considero isso muito importante, verificando as medidas de todos os espaços e detalhes que possam contribuir com o projeto, fotografar o espaço e seus detalhes é muito importante também.
Faço este levantamento para verificar se as medidas estão corretas e se não falta algo que mais tarde será necessário. Por exemplo, acho importante medir as esquadrias do local para que possam ser reproduzidas ao detalhe, pois na etapa de modelagem 3D isso se destaca e o cliente vai sentir-se no espaço que conhece bem.
Aqui vai uma observação essencial, quanto mais detalhada e fiel à realidade for a modelagem melhor será a apresentação de seu trabalho e claro mais adiante, se este trabalho for renderizado, o render ficará show.
Uma máxima que sempre coloco para meus alunos é “uma boa modelagem permite um bom render, não existe render bom com modelagem ruim, agora se você tem uma modelagem excelente, muitas vezes não precisa nem renderizar”.
Fotografar o espaço externo também pode ser interessante por diversos motivos, um bom exemplo é para utilizar as fotografias como fundo (background) das imagens finais, ao invés de manter o céu padrão do Sket, reforçando ainda mais a sensação de estar no próprio local.
Finalizada a reprodução, em CAD ou no próprio SketchUp (em planta 2d), e está tudo checado, é hora de começar a colocar as ideias “pra fora”.
A criação é algo como um sonho, criar e unir ao que o cliente idealiza, é soma de sua sensibilidade aos seus anos de experiência. Experiência, conhecimento técnico e sensibilidade fazem de você um profissional, e esta experiência faz você reconhecer o que é funcional, exequível, prático e que está dentro das possibilidades reais de seu cliente. Mas isso não quer dizer que você vai propor algo simplório, não, muito antes pelo contrário, proponha beleza e isso normalmente tem um custo, então você vai ajustando até atingir os objetivos, seus e do cliente. Quanto mais sua expertise está presente mais fácil você ajusta o projeto.
SketchUp
Bem, vamos começar a falar sobre o SketchUp e a modelagem de seu projeto.
Nesta primeira matéria, vou salientar alguns detalhes muito importantes para todo o processo de modelagem.
Uma dica ou uma observação – eu prefiro softwares em Inglês, por que venho de um tempo que estes não estavam disponíveis em português, e isso tem uma vantagem, os nomes dos comandos muitas vezes se repetem e seguem um padrão, então você sabe do que se trata mesmo em programas diferentes.
Ao começar a usar o SketchUp pense em criar sua Template (Modelo de desenho padrão). Uma Template é um conjunto de configurações que você ajusta no seu Sket de forma que toda vez que criar um novo modelo de desenho estas configurações estarão presentes e você inicia o seu trabalho tranquilo, sem ter de ficar ajustando itens como padrão de medidas por exemplo. Uma vez salvas estas configurações você pode inclusive instalá-las em outras máquinas que tenham a mesma versão do seu SketchUp.
Mais uma coisa importante, que me preocupo sempre e já se tornou rotina há muito tempo, é ORGANIZAÇÃO e quando se fala nisso a primeira coisa a se levar em conta são os Layers (camadas). Cada conjunto de coisas deve estar em um layer, por exemplo, um layer para paredes, outro para piso, outro para forro, outro para esquadrias, e você vai gerenciando isso conforme sua exigência de organização. Isso não é bobagem, é muito útil!
A organização dos layers lhe traz diversas vantagens, como esconder um layer quando este estiver atrapalhando o seu campo de visão para a modelagem de algo em que você precisa estar nesta posição.
Dica – por exemplo, você vai criar um ambiente interno e cria o layer parede, neste layer obviamente irá desenhar as paredes, a dica é modelar e agrupar cada uma separadamente e, quando precisar, criar sub-layers separados para determinadas paredes, para poder oculta-las sem esconder as outras.
Chegamos assim a outro item de organização, os GRUPOS. Agrupar as coisas que estão sendo modeladas é crucial, evitam-se muitos transtornos de modelagem. Não se esqueça de modelar e agrupar no mesmo layer, caso contrário poderá ter alguns problemas quando precisar ocultar ou ativar algum layer.
Veja mais informações sobre grupos e componentes, que são um tipo de grupo com algumas características especiais, na matéria “Mercado – Marcenaria”, que foi publicada na primeira edição da revista SketchUp Brasil.
Na próxima edição da revista vamos conversando sobre outros assuntos.
Deixem seus comentários, que a coisa vai evoluindo.
Matéria para a Revista SketchUp Brasil – 02 – Clique aqui para ver a revista completa!